Ciceramente

Recentemente tive a oportunidade de ir a mais um show de um artista que admiro bastante. A vítima da vez: Cícero. Cícero, para quem não sabe, é um músico que faz parte do movimento de MPB que vem ocorrendo no cenário musical nacional atualmente, juntamente com artistas como Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Silva etc. Cícero, mesmo formado em Direito, decidiu se aventurar no que ele realmente ama fazer, música. E após o término da sua banda, Alice, em 2009, resolveu se dedicar à sua carreira solo, lançando seu primeiro álbum de forma totalmente independente em 2011 e o disponibilizando gratuitamente em seu site.

Um gênio idiota



Você, meu caro gafanhoto, já ouviu falar do iPhone, iPod, iPad, iMac, iTunes ou Macintosh? Claro que já... E a empresa que os criou? Isso mesmo, a Apple. E quando se fala nesses produtos e na Apple, em quem vocês pensam? Exatamente, Steve Jobs.

Leis: contra ou a favor do caos?



Bobo, besta, certinho, otário... Na tentativa de viver em sociedade, você, muitas vezes, já deve ter presenciado alguns desses adjetivos sendo dados a alguém ou a você mesmo apenas por estar seguindo as regras de algo considerado irrelevante por muitos (uma fila, por exemplo), não é? Isso se justifica porque, infelizmente, no pensamento da maioria, existem aquelas regras relevantes e aquelas irrelevantes. Entretanto, pergunto-me o quanto isso é subjetivo para cada um. Já imaginaram se cada um resolver seguir somente as regras que acharem significativas? Provavelmente, um caos. Todavia, não adianta somente seguir as regras, também existe a parte ética para a convivência entre os indivíduos. Aliás, quem nunca escutou um “ah, mas na regra não diz nada disso” de alguém que queria justificar sua atitude polêmica?

Pelo fim da cultura do estupro

Herdeira de uma estrutura familiar patriarcal e machista, a sociedade brasileira naturaliza a cultura do estupro, na qual a mulher vive sob ameaça constante de sofrer assédio sexual, não podendo sequer andar livremente pelas ruas, simplesmente por ser mulher. Isso porque, neste país, a mulher é condicionada a seguir um padrão de comportamento, tendo várias obrigações para com o lar, enquanto o homem é educado para subjugar a parceira.

"Os loucos somos nós"

"A dor só vira palavra escrita depois de respirar dentro de cada um como pesadelo."

Escrita por Eliane Brum no prefácio de "Holocausto Brasileiro", essa é uma das frases que melhor representa o significado do livro de Daniela Arbex, publicado recentemente pela Geração Editorial. Na luta contra o tratamento manicomial, o livro desta jornalista mineira pode emergir como importante instrumento de sensibilização para a causa, a qual discute a ineficácia, o desrespeito e a desumanidade com que são tratadas as pessoas diagnosticadas com doença mental no Brasil.

O refúgio musical africano


A internet nos permite conhecer facilmente sons produzidos por pessoas do mundo todo. Mesmo assim, a maioria de nós (eu inclusa) não conhece a rica diversidade de música disponível, primeiramente por preconceito. Música, cultura, inovação e tradição não são três pilares de exclusividade de megaeventos como o Rock in Rio e nem de bandas mundialmente famosas. Na verdade, eu vim falar sobre a música dos Bushmen, um povo indígena do sul da África.

Se enlouquecer, não se apaixone



Tristeza, desanimo, desgosto e baixa autoestima são sentimentos inerentes a nós, seres humanos. Por vezes nos encontramos assim e então, quase sempre, escutamos aquela velha ladainha de que existem pessoas com problemas muito maiores que os nossos e que, qualquer que seja a situação pela qual estamos passando, não é motivo suficiente pra nos sentirmos assim: depressivos. Creio que você, caro leitor, sabe bem como é isso. Vivemos constantemente sob pressão e, às vezes, lidar com isso não é nada fácil. E é exatamente sobre esse assunto que Ned Vizzini vai tratar em seu livro It’s kind of a funny story, que deu origem ao filme de mesmo nome e com tradução brasileira de “Se enlouquecer, não se apaixone”.

A viagem do amadurecimento



Durante o biênio 2002-2003, uma animação japonesa inesperadamente tornou-se centro de discussões nos melhores festivais internacionais de cinema. O filme surpreendeu duas vezes. Primeiro, por ter vencido o Oscar de Melhor Animação, mesmo se tratando de uma película estrangeira (ainda mais oriental). Segundo, por, ainda que se tratando de uma animação, ter levado o prêmio máximo do Festival de Berlim: o Urso de Ouro.

Ilhas Malvinas/Falklands: disputa entre duas nações



As Ilhas Malvinas, como são chamadas pelos argentinos, ou Falklands, pelos ingleses, compõem um arquipélago situado no situado no Atlântico Sul. Ele é constituído por duas ilhas principais: Grande Malvina (Falkland Ocidental) e Soledad (Falkland Oriental), possui aproximadamente 12.000 quilômetros quadrados de área e cerca de 3 mil habitantes, que são, em sua maioria, britânicos. A criação de ovelhas e a pesca são as principais atividades econômicas. Lendo essa pequena descrição sobre esse arquipélago, situado a 500 quilômetros das costas argentinas e a 12.000 quilômetros de Londres, poucos imaginariam que ele é um foco de tensão entre Argentina e Reino Unido desde 1833.

O fantasma da intolerância religiosa

Ler o “Tratado sobre a tolerância” de Voltaire (1694-1778) me levou a refletir sobre o atual papel da religião na vida das pessoas, além do fortalecimento, no Brasil, de denominações evangélicas e a perseguição que muitas vezes essas denominações têm praticado contra cultos de raízes afro-brasileiras.

Na obra em questão, Voltaire nos mostra o caso de Jean Calas, negociante da província de Toulouse, na França, famoso por ter sido condenado injustamente de matar o próprio filho. O caso é considerado um símbolo de intolerância religiosa, já que Calas era protestante – ou seja, parte de uma minoria, em um país de tradição católica – e o seu filho estava se convertendo ao catolicismo para conseguir ser aprovado no exame que o permitiria tornar-se advogado, cargo que, na época, necessitava de certificados de catolicidade. Não conseguindo seu objetivo, frustrado, decidiu dar fim à própria vida.

Pop in Rio


Caso você tenha passado os últimos dias longe do planeta Terra e não saiba, nas duas últimas semanas foi realizada a 10ª edição do Rock in Rio, sendo apenas a 5ª edição em terras tupiniquins, tendo as demais sido realizadas em Portugal. E o que mais me chamou a atenção quanto ao festival não foi ele em si, e sim aquelas pessoas opinando sobre a inclusão, mais uma vez, de artistas da música Pop no Line-Up do festival.

Filmes que você (não) deveria ver



Olá, meu caro leitor! Certo dia, conversando com um dinossauro uma amiga a respeito de filmes com cenas fortes, me veio na cabeça alguns filmes, mais precisamente cinco, que continham essas tais cenas. Filmes que eu assisti apenas uma vez – com exceção de um , e não pretendo ver de novo. Não que sejam filmes ruins, muito pelo contrario, achei eles ótimos filmes, porém, continham traços traumatizantes...

Apenas uma vez



Assistir a um filme que possui uma trilha sonora composta de artistas e canções brilhantes é uma das melhores coisas da vida, pelo menos para mim. Acredito também que a experiência pode até se tornar melhor. Para isso, basta o filme ter seus próprios personagens compondo uma inconfundivelmente surpreendente trilha sonora. E foi exatamente isso que eu encontrei assistindo ao filme "Apenas uma vez" (ou Once, se preferir). Não sei se você já ouviu falar de Glen Hansard e Markéta Irglová, mas, caso ainda não, neste momento, eu irei lhe apresentar uma das melhores duplas da música indie folk que meus ouvidos já escutaram.

Acredite ou não

Inexplicáveis (ou misteriosos) desaparecimentos são sumiços físicos de pessoas ou objetos sem razão ou causa aparente. Inúmeras hipóteses cercam esses desaparecimentos, indo do mundano, como uma simples brincadeira, ao extraordinário. Esses casos persistem no imaginário humano, quer seja pela ficção, quer seja pela realidade. Alguns deles vou contar aqui para vocês.

Qual é a verdadeira face do amor?

É com a pergunta do título que Mario Vargas Llosa, Nobel da Literatura de 2010, nos instiga a desvendar o seu romance Travessuras da menina má. Juro, não sou daqueles que acredita em amor propriamente dito, muito menos à primeira vista. Desprezo romantismos. Mas a história de Ricardo e a menina má tomou minha atenção por semanas, tanto que hoje considero as Travessuras - ao lado do Ensaio sobre a cegueira de Saramago e das Ficções de Borges - meu livro favorito. 

Ricardo Somocurcio é um jovem peruano cujo maior sonho é viver em Paris. Possui uma vida pacata: mora com sua tia no aristocrático bairro de Miraflores, tem aulas de inglês e francês, pratica esportes com seus amigos, frequenta o clube aos domingos e vai aos bailes dançar com as garotas do bairro. É nesse clima de tranquilidade que surge a garota que o marcaria pelo resto da vida, Lily, a chilenita. Era uma garota bonita e, não apenas pela beleza, atraente. Misteriosa, vinda de outro país, logo chamou a atenção de todos os rapazes do bairro, que a desejavam mais que tudo. Ricardo não foi exceção, caiu de amores pela sensualidade exótica de Lily. Saíram juntos, divertiram-se, namoraram, mas, não importava o que Ricardo oferecia, nada parecia ser suficiente para ela. Depois de uma pequena confusão em uma festa de aniversário, a garota desaparece e ninguém nunca mais ouve falar dela. Ele, entretanto, jamais esquece a garota que tomou conta dos seus pensamentos naquele verão.

Discussões ou competições?



Recentemente, lendo as notícias sobre a retomada do julgamento do mensalão com a análise dos recursos dos réus condenados, li a seguinte afirmação do ministro Luís Roberto Barroso: “Não existe corrupção do PT, corrupção do PSDB, corrupção do PMDB. Existe corrupção. Não há corrupção melhor ou pior. Não há corrupção do bem. A corrupção é um mal em si e não deve ser politizada”. Essa afirmação me fez refletir sobre uns porquês: por que escolhemos um lado para defendermos e outro para criticarmos? Por que, quando vemos que ambos estão errados, argumentamos que “isso” é mais errado que “aquilo”? Afinal, o fato de algo ser “mais errado” faz com que o “menos errado” se torne o certo?

Dilemas de um viciado n°1



"Escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadoras de roupa, carros, CD players e abridores de latas elétricos. Escolha boa saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha uma hipoteca a juros fixos. Escolha sua primeira casa. Escolha seus amigos. Escolha roupas esporte e malas combinando. Escolha um terno numa variedade de tecidos. Escolha fazer consertos em casa e pensar na vida domingo de manhã. Escolha sentar-se no sofá e ficar vendo game shows chatos na TV enfiando porcaria na sua boca. Escolha apodrecer no final, beber num lar que envergonha os filhos egoístas que pôs no mundo para substituí-lo. Escolha o seu futuro. Escolha viver."

Coitados

”Se você pedir para 100 pessoas fazerem sexo com você, ao menos uma dirá sim” - Arquiduque Franz Ferdinand
Quando alguém conhece outra pessoa, normalmente, há uma troca de informações básicas, como nome, interesses, perfis de redes sociais etc. Mas e se, logo de cara, essa pessoa se oferecesse para fazer sexo com você, sem nem ao menos perguntar o seu nome? E foi esse experimento social que o canal gringo do Youtube Whatever fez em um vídeo que já é bastante conhecido no meio virtual - e que, por sinal, teve resultados surpreendentes. 

Onde estão as nossas crianças?


Esconde-esconde, pega-pega, bandeirinha, telefone sem fio, bolinhas de gude, jogos de tabuleiro: com certeza, alguma dessas brincadeiras deve lhe ter feito voltar no passado em alguma lembrança de infância. A vontade de ficar até tarde na rua brincando e a mãe gritando e mandando entrar porque já está na hora, os machucados nos braços e pernas que ficaram marcados durante um bom tempo (antes mesmo que as antigas marcas melhorassem já haviam novas), as subidas nas árvores... Tantas lembranças, algumas boas e outras nem tanto. Toda essa nostalgia só nos leva a uma pergunta: onde estão as nossas crianças de hoje? Estão no jardim brincando com lama e sujando toda a casa? Estão escalando árvores e se machucando por ai? Ou estão dentro de casa brincando com seus tablets, computadores e videogames?

Trocando papéis

Quem aqui nunca foi advertido por fazer algo que era "coisa de homem" ou "coisa de mulher"? Eu, por exemplo, já passei por isso inúmeras vezes, quando me diziam que "mulher que fala palavrão é muito feio" ou, a mais antiga que eu me lembro e talvez a mais marcante, quando meu pai brigava comigo por eu, ainda criança, sentar de pernas abertas. Sabe? Que nem um menino. Mas não sou só eu que sofre com isso. Lembra quando homens não podiam usar rosa? Pois é, não faz muito tempo. Ou, ainda, quantas vezes você já ouviu que mulheres são melhores na cozinha do que os homens ou qualquer outra das milhões de frases assim?

Por que o Mais Médicos tá causando tanto barulho na casa?

Jornalista Micheline Borges faz publicação no Facebook dizendo que médicas
 cubanas parecem com empregadas domésticas.
Ela deletou sua conta na rede social após a repercussão de suas declarações
Há quase dois meses o Governo Federal lançou o programa Mais Médicos, que tem o objetivo de aumentar o número de médicos atuantes na rede pública de saúde em regiões carentes, principalmente nas cidades interioranas. Para isso, “importaria” médicos estrangeiros, como de Cuba. A notícia causou o maior alvoroço desde seu anúncio até o momento atual, quando os cubanos já estão no Brasil. Mas por que tanto medo/ódio/aversão a esses profissionais? Vou levantar algumas... hipóteses.

Refúgio tecnológico

Olá, meu jovem gafanhoto! Você, que provavelmente tem um celular, um computador, um videogame ou ainda todos os três, deve ter percebido como o mundo tecnológico avançou e que, hoje em dia, somos capazes de experimentar coisas que antes só eram possíveis de se ver em filmes de ficção científica e nota que, a cada dia que passa, novas coisas inimagináveis vêm surgindo. Porém, meu foco não é o crescimento da área de T.I., mas sim a interatividade e, em alguns casos, a dependência de tecnologia.

A Paris de Woody Allen


Dirigido e roteirizado por Woody Allen, Meia-Noite em Paris é, para mim, uma das melhores histórias do cineasta. A impressão que temos é que Paris e Allen aguardavam por esse encontro há tempos, o que resultou em um filme fantástico. Woody Allen, através do filme, exalta Paris e faz uma homenagem aos seus artistas preferidos.

Imagina na Copa



Sabe aquela vontade de ajudar o país ou a própria cidade, mas não sabe como? Problemas com o lixo, poluição, trânsito etc? O Imagina na Copa reúne diversas histórias de projetos que estão contribuindo de alguma forma para um país melhor, além de convocar missões para que todos possam agir coletivamente a partir de ações simples, mas muito significativas, e incentivar todos aqueles que ainda não sabem por onde começar. Um desafio de mudança até 2014.

Um "q" de simplicidade

Markus Frank Zusak, ou apenas Markus Zusak, autor de livros para jovens como "O Azarão", "Bom de Briga", "A Garota Que Eu Quero" e "Eu Sou o Mensageiro", é um escritor australiano famoso pela sua obra-prima "A Menina Que Roubava Livros". Lembrou? Pois é, muitas pessoas já o leram e é muito difícil encontrar um leitor que tenha se decepcionado com o mesmo. Por quê? Simplesmente porque Zusak conseguiu, de uma forma brilhante e leve, contar um pouco da história da Alemanha Nazista, ou do "outro lado da Alemanha Nazista", como ele mesmo disse, já que ele procura abordar o lado "rebelde" de alguns dos alemães que se recusavam a seguir determinadas regras impostas pelos nazistas, que escondiam judeus em seus porões etc.

À flor da pele

Se você é um jovem que se interessa por esse extenso mundo das séries, você, provavelmente, já deve ter ouvido falar sobre a série inglesa Skins ("Juventude à Flor da Pele", no Brasil). O que você pode não saber é que, recentemente, sua última temporada foi ao ar, finalizando assim uma das melhores séries de drama já feitas e se despedindo, definitivamente dessa vez, de sua legião de fãs. E é sobre essa série, a qual me marcou bastante, que irei tratar.

Fim da MTV. Como assim? E agora?

Na foto, a geração de VJs que mais fez sucesso nos últimos anos.

Perto de completar 23 anos, o MTV Brasil vai fechar. Pois é, o grupo Abril, que licenciava a marca aqui no Brasil, tomou essa decisão há um tempinho, chocando - ou não - o público. O canal fez história durante toda sua trajetória, marcando diversas gerações e mudando a televisão brasileira. E agora, o que esse fim representa?

O caso de Paranapanema e seu (ex)prefeito


No dia 31 de julho deste ano, algo inesperado aconteceu na cidade de Paranapanema, no interior de São Paulo: o prefeito renunciou ao cargo. A justificativa? Trabalho demais, salário de menos. O ginecologista Márcio Faber, antes de assumir a prefeitura desse município, possuía uma renda mensal de aproximadamente 30 mil reais como médico, salário este que caiu para 5,8 mil reais atuando como prefeito. Obviamente que, ao se candidatar, Faber já tinha conhecimento de quanto receberia mensalmente, no entanto, declarou achar que conseguiria conciliar os dois empregos. Após ser eleito, porém, essa conciliação não foi assim tão simples, uma vez que tanto o exercício da medicina quanto a administração bem feita de uma cidade exigem disponibilidade de tempo e dedicação. Aliando isso ao fato de que, segundo o médico, não está clara na lei a possibilidade de um prefeito manter uma segunda profissão, ele preferiu a renuncia à possibilidade de cassação do seu mandato. Preferiu manter seu estilo de vida honestamente exercendo sua antiga profissão a utilizar dos recursos do município para tal, como o próprio declarou quando interrogado sobre sua decisão.

Oldboy

Nada melhor do que ver sangue e gente morrendo, não é? Que tal um pouco de vingança? Calma, meu gafanhoto. Não odeio ninguém mentira e nem sequer pensaria em fazer mal a alguém. Vim aqui apenas trazer para você, que deve estar entediado após essas férias, uma boa recomendação de filme.

Trago para vocês um filme oriental de um dos meus diretores favoritos – não, dessa vez não é o Miyazaki –, o segundo filme de uma Trilogia de Vingança, “Oldboy”, dirigido por Chan-wook Park, lançado mundialmente em 2003 e vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes em 2004.

Baseado em um mangá escrito por Garon Tsuchiya e ilustrado por Nobuaki Minegishi, o filme conta a história de Oh Dae-Su (Choi Min-sik), um homem que foi sequestrado sem motivos e aprisionado em um quarto por 15 anos. Sem se conformar com o ocorrido, após sair do enclausuramento Dae-Su decide procurar quem o aprisionou, em busca de vingança. Mas, no final, será que a vingança era realmente o que Dae-Su procurava? Encontrando o culpado, descobrindo o amor, revelações e lembranças do passado, nosso protagonista com nervos de aço teve de enfrentar muito terror, físico e psicológico. Será que tudo isso valeu a pena?

O lego abissal de Eliane Brum

Ela, o bloquinho. As pessoas, a caneta. A tinta, a vida que segue e finda, mas deixa marcas na história. É sempre com esses elementos que Eliane Brum apura a complexidade da vida real e a converte em história escrita. Mas só consegue obter êxito porque ela se esvazia, por um momento, de sua vida para ser preenchida por outras.

No sentido que o filósofo inglês John Locke (1632-1704) atribui à frase, vejo Eliane Brum como uma “folha de papel em branco”, disposta a ser preenchida com histórias de (supostas) pessoas comuns. “É uma escolha política”, diria ela. Mistura-se tanto às narrativas da vida alheia ao ponto de tomar decisões decisivas, como reapropriar-se de seu tempo. Também pode ficar doente, perder ou ganhar peso e adquirir — sem pretensão, claro — três hérnias cervicais. O que não muda nesse processo é seu abissal desafio pessoal de mostrar que cada vida é extraordinária, porque “a gente só existe como narrativa”.

Pequena Jazz

Se perguntando por que tem uma foto de um menino e o título é "Pequena Jazz"? Fácil, isso é porque a pequena Jazz, na verdade, nasceu como um menino biologicamente perfeito e, como sua mãe mesmo explicou, sem nenhuma anomalia cromossômica ou nada do tipo. O que aconteceu, no entanto, é que esse menininho percebeu que algo estava errado e  que deveria, na verdade, ser  uma menininha. Assim sendo, foi, aos três anos de idade, diagnosticado com transtorno de identidade de gênero.

Mas isso de uma hora pra outra? Não, segundo seus pais, seus dois irmãos e sua irmã mais velhos, Jazz nunca foi um menino. De acordo com eles, desde bebê, Jazz preferia roupas e brinquedos de menina e seus pais não se recordam de ela um dia ter se identificado com a sua condição biológica. Um fato interessante a respeito disso, foi quando ela, aos 2 anos de idade, perguntava a sua mãe quando a fada madrinha viria para trocar sua genitália.

Cidade para todos nós

Nos últimos meses, as ruas brasileiras foram palco de muitas, muitas manifestações. Várias bandeiras foram levantadas a respeito de diversos assuntos: Passe Livre, Ato Médico, PECs, royalties do Pré-Sal para a educação, "cura gay" etc, mas o que, pessoalmente, achei que não foi discutido o suficiente foi a questão das melhorias das cidades como um todo. Ok, reclamou-se do trânsito e da corrupção, mas o debate sobre a estrutura da cidade não ganhou a atenção devida. É por isso que resolvi falar disso, agora que a poeira baixou e a gente pode pensar com mais calma.

Reinado


Quem diria que um dia eu seria parte de um blog com amigos e que isso me proporcionaria, e promete proporcionar ainda mais, coisas maravilhosas. Afinal, já faz mais de um ano que estreei como colunista e comecei a levar essa história de escrever a sério. E é nesse clima saudosista que, novamente, falarei sobre mais uma de minhas paixões musicais, Kanye West - sendo inspirado pelo meu texto de estreia, "Hermanos", o qual, inclusive, se não me falha a memória, foi o primeiro texto de um colunista publicado no blog e que, se você também o leu na época em que foi publicado, isso significa bastante para mim e para toda a equipe do Fragmentos.

Mas vamos ao que realmente interessa: o lindo do Kanye a música. Essa não é a primeira vez que Kanye aparece por aqui, eu mesmo já o citei quando falei sobre gostos musicais, no texto "Harmônico". Apesar de Kanye não ser apenas um rapper, mas, sim, um artista - já que, além de fazer parte do cenário musical, ele também se aventura no mundo do cinema e da moda - meu foco será em sua música, a qual me surpreende e me encanta a cada novo projeto seu.

Dogmatismos e tradução cultural

Religiosos dogmáticos são um saco. Assim como um saco também são ateus dogmáticos. Afinal, o dogmatismo impossibilita qualquer posicionamento mais profundo e esclarecido em relação à vida. 

Seja hinduísmo, judaísmo, islamismo, santo daime, umbanda, cristianismo ou candomblé, o problema é o dogmatismo, não a religião. Digo, o “mau” religioso é aquele que enxerga apenas o seu mundo e que pretende impor suas verdades sobre as verdades dos demais. E existem bastante religiosos que passam muito distante desse estereótipo. Outro problema é que sempre quando há predominância e poder combinados cria-se um ambiente favorável ao surgimento da dominação.

Thánatos

A tanatofobia, para quem não sabe, é a fobia na qual a pessoa tem medo da morte. Essa fobia recebeu esse nome devido à mitologia grega, na qual Thánatos é a personificação da morte. Se identificou? Pois é, a maioria das pessoas, assim como eu, compartilham desse medo. Isso porque existem vários tipos de medos da morte, como, por exemplo, o medo do que vem depois da morte, normalmente ligados à religião; o medo do processo de morrer (sofrimento prolongado, fraqueza, dependência, estar exposto e vulnerável etc); e o medo do deixar de existir.

Bem, medo é um sentimento natural e fundamental para a adaptação e sobrevivência da espécie humana, sendo necessário para que sejamos prudentes frente a perigos que possam prejudicar a nossa vida, e o medo da morte não escapa disso, ele é importante pois resulta do instinto de conservação e manutenção da  nossa existência. No entanto,  para não haver confusão, medo não é sinônimo de fobia, pois o que caracteriza a fobia é um medo excessivo, irracional, que persiste com o tempo, em relação a um objeto ou a uma situação fóbica, ou mesmo pela sua antecipação.

Indie

A banda inglesa Arctic Monkeys, considerada um dos expoentes do indie rock.
Olá, caro leitor, hoje venho falar um pouco sobre arte e cultura, mas nada de bandas famosas, jogos que têm seu lançamento em grandes conferências ou filmes que arrecadam bilhões nos cinemas ao redor do mundo, vou falar um pouco da cultura indie.

Indie, abreviação de independent, é um termo que basicamente denomina aqueles artistas que não possuem contratos com grandes produtoras e distribuidoras da indústria de artes, games etc. Em resumo, são artistas que iniciaram suas carreiras por conta própria, sem a ajuda do glamour e do dinheiro facilmente obtidos pela indústria do entretenimento.

Ultimamente tenho procurado bandas indie para passar o tempo e, cara, venho achando muitas bandas boas e de sucesso promissor e, claro, continuo também escutando os indies mais famosos como: Arctic Monkeys, The Kooks, Arcade Fire, The Killers, Interpol, The Strokes etc. Mas, recentemente, tenho observado o seguinte fenômeno: é cada vez mais comum os fãs de grandes bandas indie, como as que citei anteriormente, rechaçarem os novos músicos desse estilo.

Uma orquestra reciclada

Imagine uma favela, localizada em uma pequena cidade, no Paraguai, que foi construída sobre um aterro sanitário e que pode até ser considerada uma das favelas mais pobres da América Latina. Imaginou? Agora imagine a vida das famílias que ali habitam, que dependem da cerca de 1.500 toneladas de lixo que recebem diariamente para sobreviver. A perspectiva de vida da maioria das crianças e jovens dessa favela deve ser preocupante, visto que são obrigados a conviver entre lixo, drogas, doenças. A realidade talvez fosse essa, caso não tivessem encontrado uma esperança: a música.


A favela é Cateura, na cidade de Assunção, e tudo começou com o morador da favela Nicolás Gómez, conhecido como “Cola”, e o músico Favio Chávez, que, com um pedaço de lixo e uma grande ideia, começaram a fazer música a partir de instrumentos musicais feitos de lixos encontrados no local. Pedaços de lata, madeira, colheres, garrafas etc: tudo é reciclado e juntado para mudar a vida de muitas crianças e jovens de Cateura.

Desmitificando o mito da felicidade

Queremos ser felizes. A todo momento, somos cercados por várias "ofertas" que prometem nos fazer conseguir isso, cada uma de uma forma diferente, mas com um fator em comum: o consumo. E é assim que se inicia o mito da felicidade.

Bem, esta é uma era consumista, isso não podemos negar. A venda e a compra são as principais preocupações atuais e há uma grande busca em transformar tudo o que puder em consumo, sobretudo a felicidade. Esta é usada não como um produto em si, mas como um fim, uma consequência da, e somente da, obtenção de um produto. A exemplo disso, podemos ver que em praticamente todas as propagandas as pessoas estão felizes principalmente nas de margarina, como essa família ao lado, porque compraram certo carro, porque usam certo perfume, porque consomem certa marca de congelados.

Caçado

Em Outubro do ano passado, fiz um post em homenagem ao Dia dos Professores, “Duas lições”, e nele indiquei dois ótimos filmes que tinham como base a relação entre alunos e professores. E parece que esse cenário é ótimo para se fazer grandes filmes, pois “A Caça” é um filme incrível e que me fez sentir angustiado e com raiva como há muito não sentia, além de confirmar ainda mais o motivo de eu amar tanto a Sétima Arte.

O filme, estrelado por Mads Mikkelsen ("Hannibal") e dirigido por Thomas Vinterberg ("Querida Wendy"), é uma verdadeira obra-prima. Nele, Lucas, um professor de creche recém-divorciado, que vive no que parece ser uma típica cidade pequena dinamarquesa, é injustamente acusado de abusar de uma de suas alunas, o que faz com que sua vida comece a desmoronar por completo. Ele é demitido, seus amigos, e até mesmo seus familiares, desconfiam dele e reagem de diversas formas, desde as mais amáveis até as mais odiosas. O filme acompanha a vida de Lucas por cerca de um ano e mostra as consequências dessa, como ela mesmo diz, bobagem feita por Klara (a aluna de cinco anos que diz ter sido abusada e que também é filha do melhor amigo de Lucas) para se "vingar" dele. O nome do filme tem relação com a tradição local de caça, havendo até uma cerimônia quando um garoto chega à idade adequada para caçar, na qual o mesmo recebe uma arma, o nome também é uma alusão ao fato de Lucas ser “caçado” pelos moradores da cidade após as acusações feitas por Klara chegarem ao conhecimentos de todos.

Em defesa do SUS

Falar de saúde pública no Brasil é complicado. Somos muito bem informados, tanto pela direita quanto pela esquerda política, acerca dos inúmeros problemas encontrados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Temos filas para atendimento que são intermináveis, poucos profissionais disponíveis nos hospitais, escassez de equipamentos e medicamentos, baixos salários, negligência médica etc. Disso todo cidadão brasileiro tem conhecimento. No entanto, pouco é discutido a respeito dos avanços ideológicos e conceituais representados pela implementação do SUS a partir da Constituição de 1988 e das Leis Orgânicas da Saúde, de 1990.

Sobre a discussão a nível internacional, aqueles que assistiram ao filme Sicko, do norte-americano Michael Moore, talvez percebam o quanto estamos avançados em relação a grandes potências econômicas como os Estados Unidos, ainda que o documentário se detenha apenas à comparação entre as políticas públicas para a saúde encontradas em seu país de origem e em países europeus e latino-americano, como Cuba.

O documentário demonstra como o sistema de saúde dos EUA está completamente privatizado, fazendo com que toda a população seja obrigada a recorrer a convênios médicos cujo valor normalmente é altíssimo. Caso não tenha dinheiro suficiente nesse país maravilhoso, você ficará sem atendimento algum, seja qual for o seu problema de saúde. Em contraposição, na França e na Inglaterra, por exemplo, onde os tributos são considerados altos à primeira vista, o sistema paga até sua passagem de ônibus para que você procure um hospital. Todos os procedimentos são gratuitos, e o sistema parece funcionar bem.

Carly Fleischmann e o autismo

Meses atrás, mais precisamente em janeiro deste ano, eu estava pesquisando algo no Google similar à palavra Carly iCarly e eis que me deparo com o site Carly’s Voice. No site você encontra o livro da tal Carly e alguns pequenos textos falando um pouco sobre a vida dela. Mas, afinal, quem é Carly? Carly Fleischmann é uma garota diagnosticada com autismo. Mas antes de falar sobre Carly, vou deixar uma breve explicação sobre o autismo.

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento. As causas ainda permanecem desconhecidas, apesar de ser uma área de pesquisa bastante ativa, e o único consenso é que há uma combinação de fatores que levam ao autismo. Engana-se quem pensa que autismo é sinônimo de atraso intelectual. Claro, problemas na inteligência geral e linguagens podem sim estar presentes, mas existem casos de autistas que têm inteligência acima da média. Em dezembro de 2007, a ONU decretou dia 2 de Abril como o Dia Mundial do Autismo. (Sim, eu planejava escrever este texto nessa data, mas acabou não dando certo.)

500 dias com ela: uma história sobre o amor, não de amor

Sabe quando você termina de assistir a um filme e no mesmo momento tem vontade de ver de novo e de novo para sempre? Pois é, acredito que a maioria já tenha passado por isso e, para esses, eu pergunto: foi a história, os atores, a trilha sonora ou tudo junto? Bom, não sei se todos conhecem, mas, hoje, eu irei falar sobre o filme que já me fez passar finais de semana inteiros na frente da televisão assistindo novamente. Hoje eu irei falar de "500 dias com ela".

Para mim, foi a trilha, os atores, a história, tudo junto. Não tem como não se apaixonar por um filme com Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel juntos, com uma trilha que vai desde Pixies até The Smiths, com uma história que é sobre o amor e não de amor. Claro que existem aqueles que não gostam e até dormiram durante o filme, mas é admissível que Joseph e Zooey possuem uma química sem igual – uma dupla imbatível.

Procura-se inteligência no humor

Parece-me que está havendo uma grande confusão na comédia brasileira contemporânea. Ao invés de se usar o humor como ferramenta de expressão dos oprimidos, a comédia tem servido como instrumento dos próprios opressores para autorreferência, vangloriar-se e, às vezes, até autopiedade. Em outras palavras: ao invés de vermos personagens pobres satirizando a elite ou a elite rindo de si mesma, o que temos visto é a elite rindo dos pobres, não em forma de humor inteligente e reflexivo, mas com um humor simplesmente... babaca.

Maus - A história de um sobrevivente

Livros, filmes, documentários. Muita coisa já foi produzida para relatar, informar, fazer refletir sobre a famosa e terrível Alemanha nazista, logo, todos nós conhecemos a História ou uma parte dela. Eu mesma já ouvi, li e assisti bastante coisa relacionada ao assunto e nunca me canso de fazê-lo. Não sou uma neonazista nem nada do tipo. Apesar de ficar assustada com os horrores que leio, assisto ou ouço, acho importante estudar o passado para melhor compreender o presente. A História se repete. Porém, não estou escrevendo para dizer que estudar História é fantástico e que vocês deveriam fazer o mesmo mas é fantástico e vocês deveriam. Este texto é para falar sobre um dos livros mais incríveis feitos até então sobre o nazismo, na minha opinião, é claro: "Maus – A história de um sobrevivente".

Do escritor e cartunista Art Spiegelman, Maus narra a história de seus pais, judeus que sobreviveram ao Holocausto (a mãe por pouco tempo), contada pelo seu pai Vladek Spiegelman. Com o primeiro volume lançado em 1986 e o segundo em 1991, diferente de tudo que já havia sido feito, o livro surpreende logo no inicio por ser uma história em quadrinhos, rompendo com a ideia de que quadrinhos são humorísticos ou suaves. Desenhado em preto e branco, alternando entre o presente e o passado, em Maus, os judeus são ratos, os alemães são gatos, os poloneses porcos e os americanos cães, em uma representação crítica e irônica ao mesmo tempo.

Pais e filhos 2.0

Enquanto fazia compras no supermercado com minha mãe, bati o olho em uma revista no caixa que me chamou a atenção. Fiquei meio envergonhada de pegar ela, de forma que fui lenta e discretamente até ela e coloquei-a na esteira, rezando para minha mãe não a perceber, o que não deu certo.

O motivo de todo o embaraço é que o público-alvo da revista são homens e, principalmente, mulheres que tem ou vão ter um filho em breve. Não, meus caros leitores, não estou esperando um filho nem pretendo ter um até conseguir estabilidade. Isso porque sempre me preocupei com o ato de criar filhos, muitas vezes achando isso uma tarefa muito complicada e de difícil acerto.

Muitas felicidades e muitos anos de vida

É, acreditem se quiser: o Fragmentos chegou ao primeiro ano de vida! A nossa equipe agradece com muito amor e muitos hugs por todo o apoio, todos os likes, todos os comentários e todas as visualizações que vocês nos deram. Sem vocês, não teríamos chegado a este dia.

Crítica pela esquerda

A crítica de outros setores de esquerda ao governo do PT precisa ser mais cuidadosa. Digo isso não porque comungo da retórica petista de que partidos como PSOL e PSTU servem apenas para engrossar o coro conservador da direita. Esse tipo de argumento parece, muitas vezes, bem mais uma tática de monopolização da representação política dos trabalhadores do que exatamente uma defesa racional. Mas o que venho percebendo, baseado principalmente nos acontecimentos das últimas semanas, é que a esquerda brasileira anda confusa, pois ainda não aprendeu a lidar com o fato de que, se não temos um governo de esquerda, tampouco temos um de direita. 

Isso não significa que a direita não tenha mais tanto poder quanto antes, mas que a esquerda, de uma forma ou de outra, vem conquistando mais espaço. Sabemos que a direita se encontra tanto fora quanto dentro do governo de coalizão montado pelo PT, e com muita força, como é o caso do PMDB e do PSC. No entanto, as políticas implementadas nos últimos dez anos possibilitaram um sensível aumento na renda da população brasileira. Ricos enriqueceram muito, mas pobres também alcançaram certo poder aquisitivo. Por outro lado, não avançamos de forma significativa em questões como soberania popular, direito à resistência ou combate à desigualdade social, pilares das propostas de esquerda.

Muita calma nessa hora

Em meio a tantos manifestos e tanta empolgação, eu também não poderia deixar de falar um pouco sobre tudo que vem acontecendo. Calma, não passarei horas escrevendo e nem vou prolongar o texto falando demais, serei bem objetivo.

Empolgação, quem nunca se empolgou por algo? Seja por um filme, um ambiente novo, pessoas novas... Um sentimento que nos deixa elétricos e, às vezes, faz com que ajamos sem pensar. E isso é o que vem ocorrendo com muitas pessoas ultimamente.

Sim, pode parecer emocionante e cool participar de tudo que anda rolando, mas vale frisar que não devemos agir apenas por impulso, sobrepondo a emoção à razão. Hoje, por exemplo, acompanhei por uns instantes um grupo que estava protestando no centro da cidade. Abordei um indivíduo que estava segurando um cartaz escrito: “Diga não a PEC 37”, perguntei para ele o que significa o PEC 37, recebi como resposta: “Não sei, juntei esse cartaz do chão para poder protestar”. Como foi citado no texto anterior do blog – Ideologia: Queremos uma para quê? -, não vamos perder o foco, tenhamos um objetivo claro. Não deixemos que toda essa empolgação nos faça andar sem rumo.

Ideologia: queremos uma para quê?

O Brasil está sendo bastante movimentado nos últimos dias por manifestações e protestos que se estendem a cada canto do país e, conforme os dias passam, o número de seus manifestantes cresce surpreendentemente. Todos gritam frases como “O Brasil acordou”, “Todos contra a corrupção”, “Queremos mais saúde e educação e menos Copa”, mas a questão é: dentre tanto “querer” existe um “por quê”?

Tudo começou com o aumento da passagem de ônibus, em São Paulo, de R$3,00 para R$3,20, o que foi, para muitos, o estopim para todas as injustiças que a população suportava até aquele momento, levando inúmeros paulistanos às ruas para manifestar e exigir seus direitos de cidadãos e mostrar que não são estúpidos como o governo pensa. Entretanto, o que seria apenas mais uma reivindicação, acabou por influenciar todo o Brasil e, ontem, 17 de junho, levou cerca de 210 mil pessoas às ruas de todo o país a protestar por seus direitos e buscar melhorias para o país. Eu acredito que o povo pode, sim, mudar o país, mas o que vi em algumas dessas manifestações é que não está havendo um foco e um objetivo a se alcançar. Ora, não me entenda mal, eu sei que todos buscam por direitos, mas eu pergunto: quais direitos? Saúde, educação e segurança? Mas qual é o plano para quando houver uma discussão entre autoridades e manifestantes? Apenas exigir seus direitos? Dizer "eu quero e quero isso agora"? Não sei se eu estou sendo clara, mas tentarei explicar melhor.

Quando se nasce no corpo errado

Para a maioria das pessoas, há apenas dois sexos: o masculino e o feminino, determinados logo no início da vida de cada um. No entanto, o que acontece quando um menino nasce menina? Esse é o caso de Victor Augusto Vasconcellos, mas também é o mesmo de muitos outros transexuais no país e ao redor do mundo.

A transexualidade, muitas vezes, pode ser identificada logo na infância, mas o acesso à informação costuma tardar. O assunto, que ainda não é tão discutido como deveria, é visto como tabu, o que só contribui ainda mais para a discriminação.