Ilhas Malvinas/Falklands: disputa entre duas nações



As Ilhas Malvinas, como são chamadas pelos argentinos, ou Falklands, pelos ingleses, compõem um arquipélago situado no situado no Atlântico Sul. Ele é constituído por duas ilhas principais: Grande Malvina (Falkland Ocidental) e Soledad (Falkland Oriental), possui aproximadamente 12.000 quilômetros quadrados de área e cerca de 3 mil habitantes, que são, em sua maioria, britânicos. A criação de ovelhas e a pesca são as principais atividades econômicas. Lendo essa pequena descrição sobre esse arquipélago, situado a 500 quilômetros das costas argentinas e a 12.000 quilômetros de Londres, poucos imaginariam que ele é um foco de tensão entre Argentina e Reino Unido desde 1833.

Você, caro leitor, já deve ter visto/lido alguma notícia sobre as Malvinas, mas deve ter ficado um pouco confuso e curioso sobre o porquê de tanta polêmica sobre o arquipélago, por isso irei tentar fazer um breve resumo para que você entenda o caso: as Falklands foram descobertas pelos ingleses no século XVI, porém, só foram colonizadas duzentos anos mais tarde por franceses e britânicos. No século XVII, França e o Reino Unido cederam suas terras na América do Sul para os espanhóis, porém os ingleses não abriram mão da soberania sobre as ilhas. Em 1811, a Espanha abandonou as ilhas por causa das lutas de independência na América do Sul e, assim, as ilhas ficaram abandonadas. Em 1827, a Argentina, que tinha acabado de se tornar independente, reocupou as ilhas e passou a reivindicar a soberania das mesmas. Em 1833, o Reino Unido – irritado com a situação  decidiu que iria retomar a posse das ilhas. A Argentina, sem ter condições de resistência, decide se retirar da região, porém sem abrir mão da reivindicação. Assim, se passou um longo período de tentativas de negociações, até que em 1982 a Argentina invade as Malvinas, mas rapidamente o governo britânico reage, no evento que ficou conhecido como “Guerra das Malvinas”.

Lendo um pouco sobre a História dessa polêmica, você pode perceber que a disputa já se tornou muito mais por uma questão de orgulho  pelo tempo que essa disputa já dura, admitir a perda das Malvinas (Falklands) seria, também, uma derrota para o orgulho do país que saísse derrotado – do que por qualquer outra questão. Além de existirem outros dois principais motivos: o arquipélago ocupa uma posição estratégica sobre o tráfego marítimo; e, recentemente, começou a se explorar petróleo próximo às Ilhas.

Em 2009, o Reino Unido começou a explorar petróleo na região, e, depois do aniversário de trinta anos da Guerra das Malvinas (2012), a presidente Cristina Kirchner decidiu reclamar novamente a soberania sobre as ilhas, o que reacendeu a tensão. Tanto que, em março de 2013, foi realizado um referendo para decidir o futuro das ilhas, no qual 99,8% dos eleitores votaram a favor de continuar sendo território ultramarino britânico. Porém, a Argentina se nega a incluir os habitantes locais – kelpers, como são chamados – como parte das negociações, e só aceita negociar com os britânicos. Sobre o referendo, a embaixadora argentina em Londres, Alicia Castro, disse que foi “uma manobra sem nenhum valor legal, pois não foi convocado nem supervisionado pelas Nações Unidas”, e acrescentou: “São britânicos. Respeitamos seu modo de vida, sua identidade. Respeitamos que queiram continuar sendo britânicos, mas o território em que habitam não é”.



Essa disputa ainda será tema de discussão por décadas, mas acho que as ilhas deveriam permanecer sob o domínio britânico, não porque sou brasileiro não gosto de argentinos, mas porque é o desejo de uma população que já está instalada naquele local, e “forçá-los" a conviverem com quem não simpatizam, somente causará mais conflitos sobre essa região. Isso não é algo difícil de imaginar, já que temos vários exemplos de povos que não se identificam com o país que estão instalados  o caso das fronteiras artificiais na África, por exemplo. Porém, outros acham que, por a Argentina ser considerada uma “herdeira” da Espanha, pela proximidade das ilhas a ela, as Malvinas deveriam pertencer à Argentina. Todavia, pergunto a você, leitor, qual a sua opinião sobre o assunto?

Fonte das imagens (respectivamente): TelegraphG1 e RT.

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