Quem diria que um dia eu seria parte de um blog com amigos e que isso me proporcionaria, e promete proporcionar ainda mais, coisas maravilhosas. Afinal, já faz mais de um ano que estreei como colunista e comecei a levar essa história de escrever a sério. E é nesse clima saudosista que, novamente, falarei sobre mais uma de minhas paixões musicais, Kanye West - sendo inspirado pelo meu texto de estreia, "Hermanos", o qual, inclusive, se não me falha a memória, foi o primeiro texto de um colunista publicado no blog e que, se você também o leu na época em que foi publicado, isso significa bastante para mim e para toda a equipe do Fragmentos.
Mas vamos ao que realmente interessa: o lindo do Kanye a música. Essa não é a primeira vez que Kanye aparece por
aqui, eu mesmo já o citei quando falei sobre gostos musicais, no texto "Harmônico". Apesar de Kanye não ser apenas um rapper, mas, sim, um
artista - já que, além de fazer parte do cenário musical, ele também se aventura
no mundo do cinema e da moda - meu foco será em sua música, a qual me
surpreende e me encanta a cada novo projeto seu.
No ano seguinte, 2005, mais um álbum
foi lançado, o Late Registration. Nesse CD Kanye continuou a se renovar e surpreender
- indico Heard ‘Em Say e Gold Digger para os ouvintes de primeira
viagem -, mas foi apenas em Graduation (2007), seu terceiro álbum de estúdio, que
ele realmente “saiu do gueto” e inseriu “classe” em suas músicas. Não há
nenhuma faixa, em Graduation, que lembrasse Drive
Slow (como o próprio nome sugere, uma música feita para ser tocada no carro
enquanto você passeia por seu bairro ostentando sua máquina, bem ao estilo de rap feito no
sul dos EUA, por Paul Wall, Three 6 Mafia, Bun B e muitos outros) do álbum
anterior - caso você escute Good Life,
Flashing Lights e, claro, Stronger (apenas: Daft Punk) você vai ter uma ideia sobre o que estou falando.
Já em 2008, após ter deixado o gueto para trás, Kanye mergulhou de vez no
experimental e alternativo, por exemplo, nas faixas Amazing e Love Lockdown,
do álbum 808s & Heartbreak, que é impossível não perceber as influências
africanas na batida da música, e foi, também, nesse CD que a parceria entre Kanye
e Kid Cudi (já falei sobre ele no texto "Sucesso") surge, acarretando nas magnificas Heartless e Welcome To Heartbreak, entre outras.
E, não, não esqueci de Watch The
Throne (2011 - álbum colaborativo entre Jay-Z e Kanye West) e Cruel Summer
(2012 - álbum com músicas dos artistas participantes da gravadora de Kanye, a
GOOD Music), só achei que isso seria assunto para outro momento, talvez. Enfim,
dê uma chance ao Yeezy, ainda que você seja fã da Taylor Swift.
Fonte das imagens (respectivamente): Akwos e Gwaddict.
Kanye começou sua carreira no
mundo da música, no ano de 2001, produzindo grandes nomes da música negra
americana, como Jay-Z, Ludacris e Alicia Keys. Mas ele só conseguiu lançar seu
primeiro CD, o The College Dropout, em 2004, após quatro anos de gravações - CD
esse que foi tanto sucesso comercial quanto de crítica, sendo até considerado,
por muitos, o melhor CD de estreia de um rapper de todos os tempos. Nele, você
consegue perceber as raízes de Kanye, há um ar gangster presente, e, mesmo lançado há quase 10 anos, já era possível ter um vislumbre do clima alternativo, que só iria aumentar nas obras de Kanye com o passar dos anos. Em The College
Dropout, várias músicas (se não todas) se destacam, entre elas: Through The Wire, música que Kanye
escreveu após um acidente de carro, em 2002, no qual ele precisou fazer uma
cirurgia facial e precisou usar uma espécie de arame na boca para se recuperar durante um bom tempo; All Falls Down, na qual ele usa um sample (parte de outra música), uma de suas marcas; Never Let Me Down, primeira música que ouvi dele; e Jesus Walks, que trata sobre a relação
de Kanye com sua fé, que é considerada uma das melhores músicas já feitas.
Enfim 2010, ano de My Beautiful
Dark Twisted Fantasy, 5º álbum solo de Kanye e, sem dúvida, o
CD mais ousado dele - sua ousadia chega a beirar a psicodelia com músicas como
Lost In The World. No caso desse álbum, é preciso que você o escute por completo, visto que as músicas têm uma espécie de sincronia e envolvimento umas com as outras e
desmembrar essa obra-prima não faria jus à apreciação que ela merece. E, para
constar, nesse CD, há colaboração de Bon Iver, assim como em Yeezus (2013), que Justin
Vernon (vocalista do Bon Iver) também colabora. Sem contar com o filme feito a
partir da parceira entre Kanye e Hype Williams (célebre diretor de clipes), intitulado
de Runaway (uma das faixas do álbum). Por fim, Kanye lançou, recentemente, seu 6º
CD solo, Yeezus (uma referência ao apelido de Kanye, Yeezy), o qual foi
aclamado tanto pela crítica quando pelo público. Esse álbum tem um clima mais
obscuro e ainda mais experimental que seus predecessores, fazendo-me acreditar
que Kanye estava bastante revoltado ao produzi-lo. Indico Black Skinhead e New Slaves
para quem quiser se preparar para o clima do álbum. Afinal, quando Lou Reed elogia um CD, já é motivo o suficiente para você ouvi-lo.
Vídeo da música Black Skinhead
Fonte das imagens (respectivamente): Akwos e Gwaddict.
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