Especial: Oscar 2014 - O Hobbit: A Desolação de Smaug

"Já acabou?". Foi isso que falei quando as luzes do cinema acenderam depois de assistir a O Hobbit: A Desolação de Smaug. Foram quase 3 horas de uma aventura incrível pela Terra-Média que passaram correndo e deixaram um gostinho de "quero mais", além de uma experiência única de som e imagem que tornou o longa-metragem merecedor de três indicações ao Oscar deste ano: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Visuais.

Primeiro, deixa eu lhe contar um pouco do enredo de O Hobbit. A trilogia é uma adaptação do livro homônimo do escritor britânico J.R.R. Tolkien. The Hobbit, or There and Back Again (publicado no Brasil como O Hobbit, ou Lá e de Volta Outra Vez) é um livro que precedeu a trilogia de O Senhor dos Anéis, do mesmo autor. O Hobbit foi publicado pela primeira vez em 21 de setembro de 1937. À época, teve uma recepção muito boa, tanto pela crítica quanto pelo público, chegando a ser nomeado à Medalha Carnegie (um importante prêmio para livros infantojuvenis da Grã-Bretanha) e recebeu o prêmio do jornal norte-americano New York Herald Tribune de Melhor Ficção Juvenil.

Passando por várias gerações de leitores, o livro nunca parou de ser vendido, mas voltou ao pico de vendas apenas há treze anos, quando foi lançado o primeiro filme de O Senhor dos Anéis e houve uma explosão de novos membros nos fãs-clubes de Tolkien. Tanto uma obra quanto a outra (O Senhor dos Anéis e O Hobbit) se passam no mesmo mundo e têm personagens semelhantes (alguns até aparecem nas duas histórias). A grande diferença é que O Hobbit é bem mais leve, mais voltado para o juvenil.

O Hobbit se passa antes da história de O Senhor dos Anéis, em uma época "entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens". A história começa na casa do hobbit Bilbo Bolseiro (que, inclusive, é o tio do personagem Frodo Bolseiro, protagonista de O Senhor dos Anéis), quando sua vida calma e rotineira é impactada pela visita do mago Gandalf e dos anões liderados por Thorin Escudo-de-Carvalho, que estão em busca da retomada do tesouro do Povo de Durin (dos anões) que foi roubado pelo dragão Smaug há muito tempo. O livro é uma obra única, mas o diretor Peter Jackson decidiu transformá-lo em uma trilogia, para não perder um detalhe sequer da história nas telonas - na verdade, ele até incluiu coisas que não estão presentes no livro.
Filmagem de O Hobbit: A Desolação de Smaug. Jackson tenta tornar a cena o mais verídica possível.
O primeiro filme, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, conta o começo dessa jornada. Eu diria que ele é incrivelmente bom, mas já era de se esperar que fosse impecável ao se tratar de Peter Jackson. Muito fiel ao livro, fotografia maravilhosa e trilha sonora nostálgica O filme foi bem voltado aos fãs da trilogia de O Senhor dos Anéis, tendo como convidado especial na primeira cena o hobbit Frodo. Já em O Hobbit: A Desolação de Smaug, o filme foi voltado para o já então formado fã-clube de O Hobbit, dando continuidade à história. Outra obra-prima de Jackson: envolvente, emocionante e que deixa uma ansiedade para assistir ao próximo filme até bem maior do que a deixada pelo primeiro.

Como eu disse, os filmes foram muito bem adaptados, não ficou uma cena do livro sequer de fora e um detalhe que achei bem interessante foi a recriação dos cenários que Tolkien desenhou em seu livro no ambiente do filme. Podemos perceber uma grande preocupação de Peter Jackson em explorar os cenários e torná-los o mais verídicos possível (muitas cenas não são feitas no computador, mas, sim, filmadas na Nova Zelândia, assim como em O Senhor dos Anéis.

A experiência de assistir a O Hobbit no cinema - Não foi à toa que O Hobbit recebeu as indicações ao Oscar 2014 que recebeu (Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais). Assistir ao filme nas telonas foi uma experiência única, em todos os sentidos. A diferença começa na tecnologia. Os filmes foram filmados em 3D usando câmeras Red Epic. Um equipamento especial fabricado pela 3ality Technica foi utilizado nas filmagens dos três filmes; duas câmeras e um espelho são usados para atingir um efeito intraocular similar ao de um ser humano (a distância entre os olhos). Isto é como a profundidade necessária para um filme ser visualizado em 3D.

Super 3D - Uma das cenas que mais marcaram o filme em questão de imagem: as borboletas azuis e as folhas da árvore voavam e balançavam no que parecia ser a um palmo do rosto do espectador.

A Desolação de Smaug foi filmado em 48fps (quadros por segundo) em vez do normal, que é 24fps. Além disso, os filmes estão sendo filmados em uma resolução de 5K. Isso é substancialmente maior do que a resolução convencional de HD 1080. Tá, tudo bem, essas informações técnicas eu peguei da Wikipédia, mas é só pra vocês terem uma noção do que foi na hora. Sabe o impacto que A invenção de Hugo Cabret e As aventuras de Pi causaram no cinema? Foi tipo isso. O segundo filme de O Hobbit é dotado de som e imagem "super HD", com detalhes beirando a perfeição e uma profundidade incrível, como nenhuma outra produção antes. Tão bom que foram quase três horas que passaram voando e, no final, me fizeram querer que o ano seguinte se passasse mais rápido para poder ver a continuação o quanto antes. Vamos torcer por esses Oscars.

Fique agora com o trailer do filme:


Fonte das imagens (respectivamente): The Trades, Ruxyn e Listener.

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