Interpol


Você está tendo um dia alegre e prefere mantê-lo assim? Se sim, acho que a banda sobre a qual falarei hoje não é uma boa pedida. Talvez seja melhor deixar para conhecê-la em um momento mais cinza ou frio de sua existência. Eu sei, soei um pouco dramático demais, mas não é bem assim, Interpol não chega a ser um Joy Division, tanto que o seu vocalista, Paul Banks, já sobreviveu a bem mais CDs do que Ian Curtis, talvez por conta de a melancolia ser melhor distribuída entre os membros da Interpol e não ser quase que toda vinda apenas de seu frontman, como no Joy Division – o New Order que o diga.

Então, para quem não conhece Interpol, imagine que os Strokes tiveram um dia ruim e resolveram fazer algumas músicas bem sombrias, isso dá uma ideia do que lhe espera. Interpol não é necessariamente triste, suas músicas não chegam a deprimir, acredito que insatisfação seja um adjetivo mais adequado para suas composições. As faixas da banda muitas vezes remetem a desilusões, aflições e sentimentos afins. Ao menos para mim, já que Paul - vocalista e principal compositor da banda - tem uma verdadeira alma poética e nos permite interpretar suas composições de forma livre e única para cada um.

A Interpol foi formada no fim dos anos 90, mas foi só em 2002 que a banda lançou seu primeiro álbum de estúdio, Turn On The Bright Lights, o qual foi um sucesso absoluto de vendas e de crítica e mostrou o quão promissor eles eram. O grupo ainda lançou mais três CDs, Antics (2004), Our Love to Admire (2007) e Interpol (2010), e recentemente foram divulgadas no Twitter oficial da banda imagens dos ensaios para a gravação de mais um álbum, o qual, particularmente, estou muito ansioso para escutar.

A banda foi, juntamente com The Strokes, The White Stripes, The Vines e diversas outras, uma das precursoras do movimento musical que ocorreu no início dos anos 2000, no qual bandas indie com influências do gênero Post-Punk - pode-se dizer que é uma espécie de Punk mais sofisticado, por adicionar mais instrumentos musicais e melodias elaboradas ao Punk original - obtiveram um sucesso comercial estrondoso nos quatro cantos do mundo. Inclusive, prefiro acreditar que você não ficou completamente alheio a hits como Get Free, Last Nite e Seven Nation Army.

Após diversos anos imersos nessa rotina de gravação de CDs e turnês exaustivas, levando também em conta saída de um dos fundadores da banda - o baixista, Carlos Dengler -, a banda decidiu entrar em hiato em meados de 2011, para que seus membros pudessem se dedicar a outros projetos. Dentre esses projetos, destaco o ótimo álbum solo de Paul Banks lançado em 2012, que tem como título seu sobrenome, e nos presenteia com faixas um pouco mais experimentais do que as feitas pela banda completa.

Talvez meu texto tenha soado melodramático demais, mas é que minha relação com Interpol teve início em um momento não muito alegre da minha vida e, querendo ou não, suas músicas ainda me remetem àquele período de tempo, lamento dizer. Mas, sem mais melancolia, indico piamente que você dê mais essa chance a uma de minhas indicações, pois eu tenho um gosto impecável a banda realmente tem seu valor. E é isso, despeço-me com a música que fez eu me interessar por Interpol e continua sendo uma das minhas músicas prediletas deles: No I In Threesome.


Fonte da imagem: Project Revolver.

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