A tal alienação

Alienação. Muito se ouve falar dessa palavra. De acordo com o hegelianismo, é quando a consciência torna-se desconhecida a si própria ou à sua própria essência. De acordo com a Psicologia, é  o estado da pessoa que, tendo sido educada em condições sociais determinadas, se submete cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de seus verdadeiros problemas.

Não queria falar de televisão, muito menos citar emissoras, mas, no meio em que vivemos, acaba se tornado quase inevitável. A televisão é o instrumento midiático mais conhecido, utilizado e associado à alienação, até porque é o de mais fácil acesso. Há décadas a TV tem sido ditadora de modas, estilos musicais, gírias, costumes e opiniões políticas.

Porém, falar de alienação não refere-se apenas às redes televisivas, alienação refere-se a qualquer atitude totalmente influenciável e não própria: religião, gosto musical, time de futebol e toda essa nova mídia social, tão utilizada e viciante. Mesmo não percebendo, dezenas de coisas nos são impostas durante o dia e, sem nos atentarmos, apenas as aceitamos.

Existem pessoas que vivem para defender e discutir suas crenças e gostos e não se abrem para qualquer outro tipo de assunto, experiência, visão ou cultura. Não digo que seja errado defender sua opinião ou sua crença, mas tudo tem limites. E quando os limites são ultrapassados pratica-se a intolerância. O excesso de valorização de uma pessoa pública, a lealdade a um time, o gosto por um programa de TV, entre outros, pode deixar de ser uma manifestação individualista e acabar se tornando uma imposição incômoda e perigosa.

Vejo as pessoas se revoltando tanto, por coisas realmente significantes, mas, infelizmente, toda essa revolução não sai da tela do computador. Palavras podem mudar pensamentos, entretanto, enquanto não houver mudança de atitudes, nada será feito. Não sou uma revolucionária, nem nada do tipo, mas as pessoas (por pessoas, me refiro principalmente à juventude de hoje em dia) têm tanto poder em mãos e ninguém se atenta realmente para isso. Tornamo-nos escravos da tecnologia, afogados em um mar de comodismo.

Percebem o quanto somos influenciados, mesmo acreditando erroneamente que somos "livres"? Todo um conceito de liberdade já nos foi imposto e assim crescemos e acreditamos. Mas ainda há tempo de mudar. Só não se sabe, infelizmente, se essa mudança um dia virá. O que o mundo precisa é de pessoas com um pouco mais de visão própria e atitude, o que não se pode exigir de uma sociedade culturalmente alienada e indisposta a abrir mão de seus confortos em troca de mudanças.

Fonte da imagem: Tela Educacional.

Yasmin Oliveira
Prefiro ser chamada de Mena. 19 anos. "Futura" administradora. Viciada em música. Tento tocar violão. Tenho mania de ler vários livros ao mesmo tempo e não terminar frases. Indecisa e inconstante por natureza. Pseudo-escritora. [Os outros]

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