Quando
nasci, só dei o primeiro choro para respirar e voltei ao maravilhoso
sono que certamente estava tendo na barriga da mamãe. Dormi por horas.
Muitas horas. Não tinha nada melhor pra fazer mesmo.
Até os 3 anos dormi como uma criança normal: uma soneca de manhã, outra à tarde e o sono de noite. Mas nessa idade, quando descobri coisas mais interessantes para fazer, tipo brincar, decidi não fazer mais sonecas.
Não
costumo fazer sonecas à tarde até hoje, não porque eu quero ficar
brincando (ou será que é?), mas porque o tempo parece muito curto para
fazer tudo que quero E dormir. E é essa característica que quero
falar sobre nossa geração: não queremos mais dormir. Não queremos ou não
conseguimos mais.
Eis
o porquê, na minha singela observação: desde a hora em que acordamos,
vamos nos conectar. Facebook, Twitter, SMS, Tumblr, Instagram, Tim
Infinity 25 centavos a chamada, gestos, cumprimentos, fala.
Essa
comunicação se torna fundamental e viciante. Para mim, é como uma
torneira com defeito: depois de abrir, é difícil fechar completamente,
sempre ficam caindo gotas durante o dia todo.
E
com a “comunicação a todo instante” (roubei o termo da Semana de
Comunicação da qual participei), ficamos conectados a todo instante também,
querendo ou não. São imagens, textos, videos e sons que chegam a nós a
todo minuto, deixando nossa mente inquieta. Ficamos ligados ao mesmo
tempo que nossos aparelhos ficam ligados e, como a comunicação não para,
não conseguimos parar.
Acho
isso muito legal, parece que estamos sempre atualizados, como se isso
nos definisse e nos diferenciasse das gerações anteriores, e é verdade.
Com tanta coisa cool por aí como esse blog,
como dá para dormir? Parece meio bizarro pensar assim, mas confesso que
isso passa muitas vezes pela minha cabeça quando estou a altas horas
lendo um livro bom, tendo uma conversa interessante ou assistindo a uma
maratona de séries, mesmo tendo que acordar cedo no outro dia. Quero dar
conta de fazer tudo e o tempo para dormir vai diminuindo. E acho que
não estou sozinha nessa ideia, porque é como já disse a música The Circle of Life de "O Rei Leão":
"There's more to see than can ever be seen "Há mais para ver do que pode ser visto,
More to do than can ever be done mais a fazer do que pode ser feito.
There's far too much to take in here Há muito, muito para se levar aqui.
More to find than can ever be found" Mais para encontrar do que pode ser encontrado."
Ok,
parece ótimo na teoria, mas quais são as consequências disso? É que,
por dormimos muito pouco e muito tarde, nós, os jovens super atualizados
e online 24 horas (teoricamente), estamos sempre cansados. Sempre. Não acredita em mim?
Deem uma olhada em qualquer cômodo repleto de jovens: garanto-lhes,
caros leitores, que a maioria está mais deitada do que sentada, algo
como o L de "Death Note". É como se na manhã seguinte, nós nos
arrependêssemos de não ter dormido por mais tempo. E mesmo sabendo que o
próximo dia será assim, é difícil se desconectar.
Cazuza
uma vez disse: “o tempo não para”. Isso pode deixar muita melancolia,
mas de vez em quando nós, da geração Y, pensamos: “ainda bem”. Porque o
tempo não para, não queremos parar também, daí adiarmos a hora de
dormir.
Finalizo usando mais uma referência de música, desculpem-me. Coloco abaixo o vídeo da música Fireflies, da banda Owl City, que expressa bem isso de não querer dormir para não perder o que pode acontecer.
Agora
deixo vocês. Estou muito cansada e tenho que dormir cedo. Wait, vou ler
o resto dos textos desse blog e ainda tem aquela estreia de um clipe
hoje. Não quero mais dormir, durmo depois. Sabe lá o que eu posso
perder...
Fonte da imagem: Geek Chic.
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