O segundo sexo

Antigamente, as mulheres eram vistas apenas como troféus, bonecas infláveis e donas de casa. Entretanto, com a Primeira Guerra Mundial, muitos homens foram convocados para lutar e, assim, as mulheres desfizeram-se das amarras do espartilho e passaram a ter seus primeiros empregos.

Nos anos 1950, vieram as pin-ups, musas pintadas de forma sensual, e o rock. Na década seguinte, Mary Quant criou a minissaia, exibida pela primeira vez pela modelo Twiggy, na Inglaterra, sendo, logo depois, adotada por toda juventude não-conservadora ao redor do mundo. Surgiu o Movimento Hippie e a pílula anticoncepcional, junto com o amor livre e, finalmente, nos anos 70, foi formada a primeira banda de rock constituída só por garotas: The Runaways. Junto com tudo isso, e mais a queima de sutiãs em praça pública, vieram também os direitos civis.

Hoje em dia, mulheres estudam, trabalham, escolhem casar ou não, são eleitas presidentes, enfim, são independentes. Apesar disso, mesmo as mulheres tendo conquistado seus direitos sozinhas num mundo predominantemente machista e conservador, alguns ainda mantêm a ideia de que o sexo feminino deve ser frágil e submisso – e até mesmo inferior. Mesmo sendo algo vergonhoso e comprovado como inverdade, há até mulheres, acostumadas com o modelo patriarcal, que pensam assim. Bonecas Barbie ainda existem para criar mulheres fúteis cujo maior sonho é casar.

A mulher é vítima e cúmplice, como já dizia Simone de Beauvoir - escritora e filósofa francesa. Parece que, depois de tantas conquistas, parte da sociedade se deu por satisfeita ou simplesmente esqueceu de toda a luta e coloca as filhas para lavar a louça suja do irmão.

Assim, vivemos numa sociedade em que mulheres mantêm emprego, estudos, filhos, lar e, ainda assim, ganham menos que o sexo oposto exercendo a mesma função. Há também mulheres que fazem voto de castidade até o casamento – coisa que só resulta em casamentos precoces e divórcio – e acham isso motivo de orgulho.

Toda mulher deveria ser feminista. Muitas mulheres foram mortas para que houvesse a igualdade entre os sexos, e isso não pode ser ignorado. As lutas por direitos iguais devem continuar. Casos como o de Geisy Arruda, estudante que processou a Universidade por não deixá-la entrar com um vestido "curto demais", devem ser exemplos, e não ser condenados por moralistas conservadores da mídia. 

Decotes não são justificativa para estupros, traição não justifica agressão e sexo não justifica menor salário. 

Uma educação igualitária deve ser adotada em lares, direitos devem continuar a ser exigidos e questões que dizem respeito à mulher deveriam ser mais discutidas na mídia, e não simplesmente julgadas de forma machista. Promover a igualdade de gênero é um exercício para a cidadania.

Fonte das imagens (respectivamente): Wikipedia e Tumblr.

0 comments:

Postar um comentário