Um dia fui à livraria, pois já havia terminado de ler um livro e estava querendo
começar outro. No entanto, dessa vez, eu não procurava mais uma literatura
estrangeira, que é o que eu, e creio que a maioria das pessoas, mais leio.
Dessa vez eu queria algo novo, diferente. Portanto, fui direto à sessão de
literatura brasileira. Estando lá, não busquei por livros conhecidos, dos quais
eu já havia sido indicada ou nada do tipo, o meu gosto pelos livros é meio
estranho. Na verdade, eu nem gosto muito que as pessoas me indiquem, isso faz
com que, de alguma forma, o livro perca o “encanto”. Digo isso porque os livros
dos quais eu mais gostei foram exatamente os que eu mesma escolhi, sem a
interferência de ninguém.
Realizei,
portanto, o meu ritual de sempre. Fui à livraria, olhei os livros, um por um, na
sessão brasileira e, de repente, um livro em especial me chamou a atenção. Era
um livro do qual eu nunca tinha ouvido falar, muito menos do autor, mas que, de
alguma forma, me conquistou. Gostei da imagem da capa, do título e,
quando o abri, adorei o modo como ele era dividido. O motivo pelo o qual eu não
reconheci o autor foi pelo fato de ele realmente não ser um autor conhecido e,
devido a isso, estar no projeto Coleção Fora dos Eixos, que pretende revelar
talentos literários fora do eixo Rio-São Paulo.
Tratando-se dele, uma frase escrita pelos editores do livro traduz com clareza o que eu achei do gaúcho Paulo Scott, “se uma das maiores felicidades de um editor é encontrar um autor de verdade, pois podemos afirmar, aconteceu agora, e a vontade de sair por aí, avisando a todo o mundo – encontramos um escritor!”. Paulo Scott, na minha opinião, é o autor perfeito para a coleção Fora dos Eixos, já que, nela, eles buscaram autores que lutam contra o banal e encontram a originalidade, o vigor e a transgressão narrativa.
Tratando-se dele, uma frase escrita pelos editores do livro traduz com clareza o que eu achei do gaúcho Paulo Scott, “se uma das maiores felicidades de um editor é encontrar um autor de verdade, pois podemos afirmar, aconteceu agora, e a vontade de sair por aí, avisando a todo o mundo – encontramos um escritor!”. Paulo Scott, na minha opinião, é o autor perfeito para a coleção Fora dos Eixos, já que, nela, eles buscaram autores que lutam contra o banal e encontram a originalidade, o vigor e a transgressão narrativa.
Voltando
ao livro, posso dizer que ele é simplesmente delicioso de se ler. Com
parágrafos curtos, narrativa veloz e viciante. Posso dizer que ele é instigante,
pois sou uma pessoa que, geralmente, demora para terminar um livro, mas que,
nesse caso, não demorei nem um dia - eu simplesmente não consegui parar de ler.
Esse é mais um daqueles livros que, quando você chega ao último parágrafo, tem
pena de ler e acabar com a “magia”.
O seu enredo nos envolve na história
desajustada de quatro personagens, nos seus romances confusos e apaixonantes e faz com que nos identifiquemos completamente com cada um deles, mesmo eles apresentando índoles duvidosas, fazendo-nos entender e
compreender o motivo que levou cada um a levar esse estilo de vida. São personagens que, como já diz o título, são voláteis. Voláteis não por serem seres alados
com a capacidade de voar, mas pura e simplesmente por serem
seres perecíveis, humanamente frágeis e carentes. Esses quatro personagens
estão à margem das convenções sociais e parecem presos num círculo vicioso. São
personagens que ora nos sugam e dominam e ora nos seduzem e corrompem.
Esse quatro personagens são: Fausto,
o protagonista, que é um desenhista insatisfeito com o que tem, que precisa de muito álcool,
ao mesmo tempo em que tenta parar de beber, e que planeja roubos com o seu amigo
Machadinho, sobre o qual exerce completo domínio; Sabrina, que vive fugindo da
polícia e que está sempre com necessidades financeiras, devido a sua vida de crime; e Lara, que é
uma garota rica que vive em um apartamento luxuoso e é portadora de uma doença
que a impede até de sentir a luz do sol.
O foco
narrativo do livro acompanha a inconstância de personalidade desses quatro personagens e
a grande quantidade de diálogos torna o narrador quase que desnecessário tendo
em vista a agilidade do texto e das trocas de personagens. Destaca-se, ainda,
um relato muitas vezes fragmentário e ao mesmo tempo lírico e um tom marginal,
ágil e essencialmente urbano que me lembrou a forma de escrever de Patrícia
Melo em O Matador. E, por fim, o livro
termina com um final inesperado e chocante que nos tira o fôlego.
Fonte das imagens (respectivamente): Biblioteca Vertical e Foz Editora.
Adorei o texto Jo, fiquei com muita vontade de ler, parece ótimo. Victória
ResponderExcluirVou fazer o que vc nao gosta, indicar p os outros. Bjos Joao Batista
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