Harmônico

Amo música e acredito que ela seja capaz de nos dar sensações incríveis. Quem nunca ficou arrepiado ao escutar uma de suas músicas preferidas enquanto ela tocava no rádio, TV, computador ou Glee ao vivo, e sentiu algo muito peculiar que apenas essa combinação de ritmos e melodias é capaz de nos fornecer?

Sou do Brasil (Capitão Óbvio ataca novamente), um país reconhecido por sua diversidade cultural impressionante, e que, consequentemente, tem um reflexo disso em suas músicas. Mas além disso, temos também, de forma muito presente, a internet e seus downloads, onde somos bombardeados constantemente com coisas novas a todo instante.

Quando mais jovem, eu era estupidamente preconceituoso com relação a gosto musical. Coisas do tipo: “esse cara gosta de funk (carioca)? Que imbecil!” é só um eufemismo de meus pensamentos, na época. Era só o mais puro e simples preconceito, como se para tocar rock fosse necessário ter, no mínimo, um PhD, enquanto, para ser MC de funk, não se podia nem terminar o Ensino Fundamental. Porém, os anos se passaram e eu, criado por um integrante de uma banda de rock, comecei a abrir minha mente para outras coisas e aceitá-las de forma mais branda e respeitosa, passando a ser mais abrangente, principalmente com relação às músicas que eu ouvia, descobrindo o Rap, depois o R&B e, por fim, a música Pop, ritmos tão menosprezados pelas “elites musicais”, os quais muitos costumam fingir não gostar apenas para se sentirem aceitos por si próprios e pelos demais integrantes dessa “elite”.

Lembro de uma vez na qual eu estava assistindo televisão, acho que no canal da MTV, e começou a passar um clipe do Paramore (uma de minhas bandas preferidas, atualmente). Xinguei e mudei de canal, como se, ao ver o clipe, meus olhos fossem explodir ou algo assim, sendo que eu nunca nem havia escutado uma música sequer da banda. Porém, um tempo depois, o filme de Crepúsculo (outra “fase” minha, mas isso é assunto para outro texto) foi lançado e, junto a ele, Decode, um single que o Paramore fez para o filme, que eu simplesmente adorei e acabei baixando todos os CDs da banda e continuo a acompanhando até hoje. Ou seja: julgar algo, sem nem ao menos ter um pouco de conhecimento sobre o mesmo é idiotice. E isso não só se aplica para qualquer aspecto da vida, mas pode ter consequências bem mais graves do que apenas se arrepender de ter falado mal de uma banda qualquer.

Da esquerda para direita: Jay-Z, Chris Martin e Kanye West
Amo música, como eu já disse. E não tenho mais vergonha alguma de assumir meus gostos. No meu computador há centenas de CDs, que vão de Black Eyed Peas a Slipknot, passam por Chico Buarque e Arctic Monkeys, e ainda sobra espaço para Kanye West e Coldplay. E eu não os tenho apenas para fazer volume, estão ai meus Scrobbles no meu perfil do Last.fm que não me deixam mentir. É sempre bom estar tendo novas experiências e as músicas costumam ser umas das mais simples e, muitas vezes, mais satisfatórias delas. Além do que, segundo o artigo Love of Music is learned (sem tradução em português), de Jude Dineley, as pessoas não nascem com gosto musical, e sim "aprendem" a apreciar a música.

Entretanto, mesmo com tudo isso, não me considero eclético, não “gosto de tudo”, e acredito que grande parte das pessoas que se denominam assim não têm identidade - e não só musical. Também ainda tenho preconceitos, mas busco sempre colocar o respeito ao próximo em primeiro lugar. E sim, ainda sinto vontade de dar um tiro na cabeça quando ouço certas músicas não costumo gostar de diversos artistas e ritmos, porém tento não me prender a rótulos e sim à música e ao prazer que ela pode me proporcionar.

Sendo assim, aguardo pelo dia no qual as pessoas passarão mais tempo escutando o que gostam, ao invés de reclamando do que não gostam. Finalizo com o episódio piloto de uma série que acompanha o Mr. Catra durante 90 dias, o qual me fez refletir bastante e ficar triste por só saber falar português.


Fonte das imagens (respectivamente): O Pop será Consumido pelo PopCult Popshow.

1 comments:

  1. Muito bom Rômulo, também adoro decode. Vou esperar por esse texto sobre Crepúsculo, haha. Victória Reis

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