Portadores de necessidades especiais, sejam elas quais forem, estão presentes no nosso dia a dia e muitas vezes passam despercebidos; se são notados, não são olhados diretamente nos olhos, geralmente recebem olhares curiosos e, por vezes, assustados, sem nem mesmo um “bom dia” por educação. Poucos são os que agem de forma diferente, quando deveria ser o contrário. A deficiência cria um rótulo e a pessoa portadora quase sempre é reconhecida apenas por isso, ficando escondidos todo o seu valor e sabedoria com os quais poderia contribuir positivamente na sociedade se não houvesse discriminação.
Campanhas e projetos que buscam promover a inclusão dessas pessoas já existem, assim como pessoas que são reconhecidas e bem vistas socialmente apesar da deficiência, mas muito ainda precisa ser feito nessa direção, pois mesmo esses últimos já sofreram devido à falta de acessibilidade ou de visibilidade social, como aconteceu, por exemplo, com o escritor Marcelo Rubens Paiva – tetraplégico por pular em um lago no estilo “tio Patinhas”, como ele mesmo descreve em seu livro Feliz Ano Velho, no qual narra o ocorrido de forma singular – que foi esquecido em um avião e só foi retirado deste após pedir ajuda através do Twitter, quando, na verdade, ele deveria ter sido o primeiro a sair do avião.
Entre esses projetos, temos o Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência – sobre o qual, provavelmente, pouquíssimas pessoas têm conhecimento, já que a atenção dada a assuntos desse tipo é mínima – já aprovado pelo Senado, porém, desde 2009, tramita na Câmara dos Deputados, enquanto os deficientes continuam vivendo sob as mesmas condições sociais não muito favoráveis às suas necessidades, sem poder fazer muito a esse respeito, principalmente por falta de espaço, não de vontade.
Entretanto, apenas exigir que o governo acelere e intensifique a execução desses projetos que podem promover a inclusão social não é o suficiente. Nós, como parte da sociedade, precisamos nos conscientizar de que a necessidade especial é apenas mais uma diversidade entre os humanos, como tantas outras, e que não torna ninguém inferior ou menos humano que ninguém, logo deve ser aceita, respeitada e incluída através de ações simples – buscar conhecer um pouco mais sobre a realidade deles e descobrir como se adaptar a essa convivência, por exemplo – que não nos prejudicariam em nada, só acrescentariam e contribuiriam para a construção de uma sociedade mais igualitária e harmônica.
Fonte da imagem: Comportese.
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