O mundo de Hayao Miyazaki

Há 72 anos, em Tóquio, em meio à Segunda Guerra Mundial, nascia um menino, hoje um homem e também um dos maiores diretores de animação do Oriente e do mundo, nosso querido Hayao Miyazaki. Mas engana-se quem pensa que Miyazaki passou a infância desenvolvendo seu talento para animações: foi somente no último ano do colegial que o interesse de Miyazaki por essas obras despertou, inspirado pelo filme Hakuja Den, produzido pela Toei Animation e dirigido por Yabushita Taiji. Anos depois, logo após se formar em Economia, Miyazaki começou a dar seus primeiros passos no mundo da animação.

Miyazaki deu o start na sua carreira na Toei Animation, começando com a função de intervalador e foi subindo de cargo até se tornar animador-chefe. Após alguns anos na Toei, Miyazaki se junta a outras produtoras como: A-Pro e Zuiyo Pictures, fazendo assim várias viagens ao exterior, comprando direitos de obras e locações para suas futuras animações.

Além de diretor, ele também é um mangaká e foi com um de seus mangás – Kaze no Tani no Nausicaa –, adaptado mais tarde para um longa-metragem, que Miyazaki começou a ter grande sucesso, decidindo, assim, abrir seu próprio estúdio, o Estúdio Ghibli. Desde então, os filmes produzidos por Miyazaki sempre tiveram críticas positivas, principalmente depois da década de noventa quando a Disney e o Estúdio Ghibli firmaram uma parceria, tendo a Disney, ao final do processo, tornado-se a distribuidora oficial dos filmes do Ghibli ao redor do mundo.

Afinal, como não se encantar com filmes como “Meu vizinho Totoro” ou “Princesa Mononoke”? O primeiro, aliás, retrata uma fase muito difícil da vida de Miyazaki, quando a mãe dele esteve com tuberculose por nove anos, mostrando como foi duro esse período sem a mãe. E foi logo após o sucesso de “Princesa Mononoke” que Miyazaki decide se aposentar pela primeira vez, mas, claro, para a alegria de muitos ele retorna divinamente com “A viagem de Chihiro”, em 2001, seu maior sucesso, que lhe rendeu um Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2002 e o Oscar de Melhor Animação em 2003.  

E as direções dele não pararam por aí. Vieram, mais tarde, grandes sucessos como “O Castelo Animado” e “Ponyo” e,  para surpresa de todos, Miyazaki decide voltar de novo da sua aposentaria para fazer mais um filme que inclusive será lançado este ano – 2013.

É interessante, divertido e emocionante assistir às obras de Miyazaki. Ele retrata nos seus filmes personagens principais jovens que sempre tentam superar dificuldades que, muitas vezes, adultos não sabem lidar também. Temas como ética e ecologia também são bastante presentes nos filmes, mas o que mais me intriga em seus filmes são os antagonistas: eles não são os típicos vilões em histórias de animação que costumamos ver, ambiguidade é a palavra que os define, penso eu.

Então, meu caro, leitor. O que acha de sentar no sofá e mergulhar no mundo de fantasias de Hayao Miyazaki?   
Totoro à esquerda, uma homenagem a Miyazaki em "Toy Story 3".

Fonte das imagens (respetivamente): Pipoca e Nanquim e Pixar Planet.