
Desde criança, sempre gostei muito de assistir a diversos filmes, muito disso influenciado pela minha mãe, e, ao assistir aos clássicos da Disney, criei dentro de mim, assim como imagino que a maioria assim fez, o sonho de um dia ter uma vida perfeita com o meu príncipe encantado. Muitas vezes eu me pego reclamando disso, dizendo que esses filmes estragaram a minha vida e me esconderam a "realidade".
No entanto, eu mal sabia que não seriam apenas eles a estragar a minha vida. Quando eu cresci e atingi por volta dos 11 anos, as comédias românticas eram a minha vida - acho que também como a da maioria das pré-adolescentes na puberdade. Bem, esses filmes acabaram por criar em mim a ideia de que, um dia, eu encontraria um cara que me amasse incondicionalmente e que seria capaz de tudo por mim, assim como os príncipes da Disney, cara esse que seria gentil, carinhoso e romântico. Ou seja: um cara ideal e, ao mesmo tempo, irreal. Esse gênero de filme, portanto, me fez ser uma pessoa bem frustrada, pois me via sendo a única encalhada solteira por muito tempo entre as minhas amigas, e, pior: sem nenhum cara assim nem perto de se interessar por mim.
Não atribuo essas frustrações apenas aos filmes, a literatura também ajudou bastante, principalmente quando comecei a estudar o Romantismo. Nossa, como eu amava o Romantismo, como eu compartilhava dos seus sentimentos e ansiava que um dia, quem sabe, alguém pudesse compartilhar deles comigo. Porém, como você deve imaginar, isso não aconteceu, e duvido muito que um dia vá acontecer. Não porque eu sou uma destas pessoas estúpidas que dizem não acreditar no amor - muito pelo contrário! Não só acredito como vivencio.
Contudo, percebo que a maioria, senão todas, as pessoas que eu conheço não mais têm esse mesmo anseio. Ou fui só eu que percebi que, de uns tempos pra cá, parece que mais e mais as pessoas falam ou postam em redes sociais coisas como "o amor não existe", "nada dura para sempre" etc?
Contudo, percebo que a maioria, senão todas, as pessoas que eu conheço não mais têm esse mesmo anseio. Ou fui só eu que percebi que, de uns tempos pra cá, parece que mais e mais as pessoas falam ou postam em redes sociais coisas como "o amor não existe", "nada dura para sempre" etc?
Mas o que aconteceu, afinal? O que aconteceu para que as pessoas não mais sonhassem como antes, para que elas não mais se importassem com isso? Parece que todas entraram em um consenso em se tornar apenas uma mais uma peça do tabuleiro do sistema, que as levaram a acreditar que o mais "lucrativo" seria reduzir todas as relações em meras relações de mercado. Assim, elas se preocupam muito mais em analisar em que aspectos determinado relacionamento as favorecerá do que em vivenciar o sonho.

Um bom exemplo da quebra disso são os milhões de livros de autoajuda que prometem ensinar as pessoas, por exemplo, a conquistar alguém. Isto é, a magia de conhecer aos poucos e espontaneamente alguém, e vivenciar todas as emoções provocadas por isso, foi trocada por algo que seria mais eficiente e imediato, pois, nessa sociedade, a eficácia é extremamente necessária, afinal, ninguém tem tempo a perder, principalmente com essas besteiras.
Enfim, não sei se consegui atingir o meu objetivo com o texto, acho até que me perdi no pensamento, pois toda vez que eu o leio penso seriamente se deveria ou não publicá-lo, achando quevão me tirar do blog está muito bobo porque, talvez por conta desse próprio sistema, tudo que é emocional demais, nos parece idiota.
Enfim, não sei se consegui atingir o meu objetivo com o texto, acho até que me perdi no pensamento, pois toda vez que eu o leio penso seriamente se deveria ou não publicá-lo, achando que
*para saber mais sobre essa sociedade do espetáculo, leia "A sociedade do espetáculo" de Guy de Bord.
Fonte das imagens (respectivamente): Graciela da Cunha e Ser ou Não Ser - Educar para Aprender.