Muitos fatores influenciam na ideia de beleza ideal que, ao longo dos anos, vai se modificando, e essas mudanças são bem perceptíveis. Entre as décadas de 1940-50, por exemplo, o modelo ideal de beleza era cabido a mulheres com curvas avantajadas e muitas vezes até rechonchudas, com o sucesso das pin-ups. Depois disso, por volta dos anos 60 e 70, o modelo já passava a ser o das mulheres magras e sem muitas curvas, atingindo o seu ápice na década de 80. Já nos anos 90, cresce a tendência de mulheres com músculos mais definidos e assim por diante.
No Brasil, entretanto, foi a partir dos anos 80 que o culto do corpo ganhou mais e mais espaço no meio midiático. Tanto que foi nessa época em que as duas maiores revistas brasileiras voltadas para esse tema surgiram: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987). A questão é: quais as consequências disso tudo? Até que ponto essa padronização da beleza e do corpo ideal leva as pessoas?
No Brasil, entretanto, foi a partir dos anos 80 que o culto do corpo ganhou mais e mais espaço no meio midiático. Tanto que foi nessa época em que as duas maiores revistas brasileiras voltadas para esse tema surgiram: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987). A questão é: quais as consequências disso tudo? Até que ponto essa padronização da beleza e do corpo ideal leva as pessoas?
Bem, pesquisas afirmam que mulheres - porque, sim, são as mulheres as maiores vítimas dessa padronização - que têm acesso a redes sociais tendem a ter um maior desgosto a respeito dos seus próprios corpos. Não discordo delas, óbvio, mas não são apenas nas redes sociais ou em revistas voltadas para beleza onde podemos ver isso. Basta ligar a televisão em qualquer canal e qualquer tipo de programa ou folhear qualquer revista que será possível ver que a maioria esmagadora das pessoas que são mostradas têm a silhueta impecável.
Mas não é só isso. A mídia, cada vez mais, investe no consumo, promovendo estereótipos de beleza, onde as farmácias e a indústria de cosméticos tentam, a todo o tempo, corrigir nosso "defeitos" por meio de géis e cremes redutores, e remédios que prometem eliminar o apetite. Vendem, junto com essas propagandas, felicidade absoluta.
Logo, como será que ficam as cabeças das pessoas ao se depararem com esse tipo de mídia? Bom, posso dizer, por mim, que não há um segundo no meu dia em que eu não fique triste pela minha silhueta ser um pouco acentuada. Eu simplesmente não consigo me conformar ao me olhar no espelho, penso que aquilo não é nada bonito e passo a maior parte da minha vida saindo e entrando em dietas, muitas vezes malucas e exageradas só para tentar alcançar o tão desejado corpo ideal.
Mas isso é normal, sou apenas eu, uma mulher ou garota que, aparentemente, não tem nenhum distúrbio. Tente pensar agora no imenso número de pessoas que passam por inúmeros tratamentos de beleza, plásticas (cerca de 130 mil crianças e adolescentes no ano de 2009) etc. Isso sem mencionar as pessoas que ficam com a autoestima tão baixa que desenvolvem distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia. “Os transtornos alimentares estão se espalhando como um todo. Os casos estão aumentando em crianças e em mulheres acima dos 40 anos – coisa que não se via no passado. E estão crescendo também entre os homens”, explica o psiquiatra Táki Cordás.
Esses transtornos alimentares sempre estiveram mais presentes entre as mulheres – mais de 90% dos pacientes com anorexia e bulimia são do sexo feminino. Os homens costumam aparecer mais nos casos de compulsão alimentar, com cerca de 30% dos casos. Cordás acredita que o aumento no número de homens bulímicos e anoréxicos tem a ver com uma mudança no padrão estético. “Antigamente os homens mais másculos, mais fortes eram considerados os mais bonitos. Hoje está crescendo um padrão andrógino, assexuado, magro demais”, afirma. “Basta folhear uma revista de moda e observar os modelos masculinos”, diz ele.
Para tentar combater isso, é preciso investir num outro tipo de mídia, que está ainda muito escassa, tentando promover a consciência da diversidade e pluralidade existente. A exemplo dessa outra mídia, temos a campanha publicitária "No anorexia" (não à anorexia), criada pelo fotógrafo Oliviero Toscani para a marca de roupa italiana No-l-ita. Nessa campanha, Toscani mostra fotos de garotas extremamente magras que têm como objetivo chocar a sociedade e fazê-la rever seus conceitos. Afinal, existem diversos tipos de corpos e o que devemos fazer é respeitar a nossa estrutura e perceber que beleza é uma coisa subjetiva, longe de padrões.
Fonte das imagens (respectivamente): Princesas e Plebeias e Folha de S.Paulo.
Gostei da analogia feita sobre o assunto "O Corpo Ideal" desde os anos 50,assim dá para realmente ter a dimensão do problema,até por que anorexia é uma das doenças psicológicas que mais matam! Se pessoas que não tem anorexia já se auto flagelam podemos se dizer assim,imagine ás que possui esse transtorno! Ótimo texto Jo :)
ResponderExcluirConheci a história dessa modelo da campanha do No-I-Ita quando ela ainda estava viva, no programa da Oprah. Sim, a imagem é real. Chamava-se Isabelle Caro e, na época, pesava 28kg. Quando começou a carreira de modelo, foi indicada a perder 10kg. No estado da foto, fazia 3 anos que havia sido diagnosticada com anorexia e os médicos disseram a ela que não sobreviveria. Foi aí que ela tentou voltar a comer aos poucos e se preocupar com a saúde, além de tentar conscientizar outras pessoas a não fazerem o mesmo através de campanhas com essas. Também tentou fazer com que o Governo francês aprovasse uma lei que impedisse desfiles com modelos muito magras.
ResponderExcluirInfelizmente, ela não resistiu a doença e morreu há uns 2 anos atrás. O Governo francês tem, hoje, uma lei contra o estímulo da magreza extrema.
Obrigada, Alex.
ResponderExcluirE obrigada pela informação interessantíssima, Alice. Não tinha conhecimento.
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